domingo, 26 de setembro de 2010

A Ditadura Militar no Brasil (1964-85)

No dia 1º de Abril de 1964 o Brasil mergulha em uma nova fase da sua história. Durante 21 anos o país viveu um regime de governo militar, que marcou a nação, seu povo e suas instituições. Foram duas décadas de confronto entre forças políticas e sociais. Neste conflito ambos os lados, governo e oposição, utilizaram todos os seus recursos: censura, terrorismo, tortura e guerrilha. Veja abaixo o regime militar e o período de redemocratização. Verá também alguns fatos que marcaram a ditadura: os movimentos de oposição e a repressão: http://www.culturabrasil.pro.br/ditadura.htm

Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.

Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

Assistam aos vídeos sobre o Regime Militar (1964-85) com Boris Faustos:


Parte 02

Parte 03

Fontes:

Site: Cultura Brasil - http://www.culturabrasil.pro.br/ditadura.htm

Grupo Escolar: http://www.grupoescolar.com/materia/ditadura_militar_no_brasil.html

Boris Fausto (Vídeos)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Governo Vargas (1951-1954): O Populismo

O significado dos três anos e meio do governo Getúlio, os mais agitados na história constitucional brasileira, é motivo de diferentes interpretações. Para alguns estudiosos, o governo de Vargas foi anti-imperialista, tendo um projeto de desenvolvimento industrial autônomo, independente do capital estrangeiro. A oposição exercida pela UDN, por essa interpretação, representava os interesses de um setor pró-imperialista da burguesia brasileira, defensor de ma industrialização subordinada ao capital estrangeiro. Para outros estudiosos, com os quais se identifica este texto, a política de Vargas era nacional-reformista, ou seja, buscava atrair o capital estrangeiro para, associado ao nacional, impulsionar a industrialização do país nos setores que exigiam tecnologias mais avançadas. Contudo, não interessava, então, ao capital norte-americano produzir no país na amplitude desejada por Vargas. Essa posição coincida com os interesses anti-industrializante do setor mercantil da burguesia nacional, que enriquecia, em parte, exatamente por ser intermediário nas importações de produtos manufaturados.

O populismo

Vargas implementou uma política populista, na busca de suporte político de setores populares para promover a industrialização. A seu favor o presidente tinha, também, o setor nacionalista das Forças Armadas, que via na industrialização uma forma de reduzir a vulnerabilidade do país, mediante o aproveitamento dos recursos naturais, permitindo um maior período militar e a possibilidade de defender a segurança nacional. Vargas tratou, também, de compor um ministério que refletisse os diversos apoios que recebera na campanha eleitoral, que lhe desse a maior penetração possível junto à sociedade e, ainda, que desarmasse a oposição. Assim, ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) foi entregue apenas o Ministério do Trabalho, numa medida favorável ao partido, que ganhou o controle dos sindicatos operários patrocinados pelo governo. O PSD recebeu os ministérios da Fazenda, Ralações Exteriores e Saúde; o PSP ficou com a pasta de Viação e Obras Públicas, enquanto o Ministério da Agricultura coube ao udenista (oposição) João Cleofas. A UDN não considerou importante tal ministério e, dirigida pela burguesia mercantil, aliada a interesses norte-americanos, manteve-se na oposição. Enquanto isso, a burguesia industrial estava numa posição ambígua, pois, se por um lado lhe interessava a industrialização, por outro lado havia a desconfiança de que o populismo pudesse criar condições aos setores populares de se organizarem na defesa de interesses próprios, em lugar de serem manobrados.

A política populista de Vargas entrou em crise quando a continuidade do progresso inflacionário levou à chamada “greve dos 300 mil”. Iniciado em 26 de março de 1953, na cidade de São Paulo, sob a liderança do Partido Comunista, reivindicando melhores salários, o movimento estendeu-se pelo interior do estado, demonstrando um avanço na capacidade organizativa dos trabalhadores. O governo, ao mesmo tempo em que reprimia de forma violenta alguma das ações mais ousadas empreendidas pelos operários, através de membros da cúpula da burocracia estatal procurava fazer crer aos grevistas que lhe era simpático. Os setores médios urbanos e a burguesia industrial sentiram-se ameaçados com o movimento grevista que, assim, acabou provocando a união da burguesia. Os setores conservadores responsabilizaram o governo pela greve e passaram a ver o Exército como instrumento pêra depor Vargas a barrar o avanço do movimento operário.


A fim de criar condições políticas para implementar um plano de estabilização econômica que, entre outras coisas, combatesse a inflação e recuperasse a confiança dos trabalhadores, Vargas promoveu, em meados de 1953, uma reforma ministerial. Nomeou para o ministro do Trabalho o jovem político gaúcho João Goulart, presidente do PTB, que estivera atraindo líderes sindicalistas para o partido, com a finalidade de respaldarem a política getulista. A proximidade de Goulart com o movimento sindical causava aversão nas forças conservadoras, que interpretavam sua nomeação como uma virada à esquerda por parte do governo. Essa suposta esquerdização teve maior repercussão negativa das Forças Armadas, onde o setor nacionalista aliado de Vargas estava enfraquecido. O setor mais forte no Exército, naquele momento, alinhava-se cada vez mais com a proposta de golpe da UDN, em nome de um pretenso anticomunismo.

Fonte:
DORATIOTO, Francisco Fernado M. De Getúlio a Getúlio: o Brasil de Dutra a Vargas, 1945-54. São Paulo: Atual, 1991.

Assistam aos vídeos:

Video 01


Vídeo 02