domingo, 20 de fevereiro de 2011

EGITO ANTIGO

Baixo e alto Egito

Observando o mapa acima, percebemos que o rio Nilo deságua no mar Mediterrâneo e sua foz tem forma de um delta. Essa região, situada no norte da África, ficou conhecida como Baixo Egito. Ali se encontravam as terras mais férteis, devido à grande quantidade de água rica em detritos orgânicos despejados no delta do rio.

A partir da cidade de Mênfis no sentido sul, ficava o Alto Egito. Nessa região, os solos férteis concentravam-se na estreita faixa de terra às margens do Nilo. Era chamada de “terra preta”, devido à cor mais escura resultante de húmus, terra com grande quantidade de matéria orgânica em decomposição. Os solos além dessa faixa eram áridos e conhecidos como “terra vermelha”.

A fertilidade do Nilo e as obras hidráulicas

Assim como ocorria na Mesopotâmia, no período das cheias, as águas do rio Nilo inundavam as terras de suas margens e depositavam ali uma rica camada de húmus. Quando o rio retornava ao seu nível normal, o solo que tinha sido inundado estava fertilizado e propício para o cultivo.

Devido à fertilidade que essas inundações periódicas traziam ao solo, a população do Egito antigo se concentrava às margens do Nilo. Por isso, a região por onde esse rio passa pode ser comparado a um oásis, ou seja, uma área fértil que possibilita o desenvolvimento da agricultura em meio à aridez de um deserto. O deserto em torno dele servia como uma proteção ou barreira natural, que dificultava o ataque de inimigos à região. Se insistissem, teriam de enfrentar o calor, as tempestades de areia e a falta de água. Muitos invasores conseguiram, mas a tarefa não era fácil.

Os egípcios construíram inúmeros canais de irrigação para levar as águas do Nilo até as áreas afastadas de suas margens. Também ergueram diques para armazenar a água que consumiam na época das secas e barragens para proteger suas moradias quando as inundações eram muito fortes.

A fertilidade do solo propiciada pelas cheias e vazantes do rio permitiu aos egípcios antigos desenvolverem uma agricultura diversificada, produzindo trigo, cevada, linho e uva. O trabalho agrícola marcava a vida dessa civilização e a arte egípcia registrou diversos momentos desse trabalho. Plantas, aves, cenas de cultivo, caça e pesca também eram comuns nas pinturas egípcias.

PERÍODOS DA HISTÓRIA EGÍPCIA

A história do Egito divide-se em três fases: o Antigo Império; Médio Império e o Novo Império. Ao longo desses três períodos, o Egito atingiu o apogeu. Porém, a partir do século VII a.C. o Egito foi invadido por vários povos e perdeu o seu antigo esplendor. A seguir, uma rápida explanação sobre cada período.

ANTIGO IMPÉRIO (3200 a.C. – 2100 a. C.)

Durante o Antigo Império foram construídas obras de drenagem e irrigação, que permitiram a expansão da agricultura; são desse período ainda as grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas nas proximidades de Mênfis, a capital do Egito na época.

As pirâmides eram túmulos dos faraós. Para o seu interior era levada grande quantidade de objetos que pertenciam ao soberano, como móveis, jóias e outros objetos preciosos.

Durante o Antigo Império, o faraó conquistou amplos poderes. Isso acabou gerando alguns conflitos: os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos não aceitaram a situação e procuraram diminuir o poder do faraó. Essas disputas acabaram por enfraquecer o poder político do Estado.

MÉDIO IMPÉRIO (2100 a.C. – 1580 a.C.)

Durante o Médio Império, os faraós reconquistaram o poder político no Egito. A capital passou a ser Tebas.

Nesse período, conquistas territoriais trouxeram prosperidade econômica. Mas algumas agitações internas voltariam a enfraquecer o império, o que possibilitou, por volta de 1750 a.C., a invasão dos hicsos, povo nômade de origem asiática. Os hicsos permaneceram no Egito cerca de 170 anos.

NOVO IMPÉRIO (1580 a.C. – 715 a.C.)

O período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado por numerosas conquistas territoriais. Em seu final ocorreram agitações internas e outra onda de invasões. Devido ao enfraquecimento do Estado, o Egito foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), persas (525 a.C.), gregos (332 a.C.) e romanos (30 a.C.)

Vejam maiores detalhes no site: http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/p2.php

Assistam ao documentário referente, Os Anos de Glória do Antigo Egito:

Referência Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto. Saber e fazer história: história geral, 6º ano: primeiras sociedades. 5Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Introdução aos Estudos Históricos


Para que estudar História?

O estudo de História pode ter várias finalidades. Por exemplo:

O Brasil é um país marcado pela desigualdade social. O estudo da História do Brasil pode ampliar nossa consciência para participar da tarefa de construir uma sociedade mais justa, com menos desigualdade entre as pessoas, independentemente de idade, sexo, origem, cor de pele e religião.
A História interpreta as experiências humanas ao longo do tempo nos diferentes espaços. Um dos objetivos é adquirir consciência do que fomos e, assim, transformar o que somos naquilo que queremos ser.

História e historiadores

Quem se interessa em pesquisar e ensinar História ou escrever sobre ela é chamado de historiador. Em seu trabalho, o historiador escolhe os assuntos que quer pesquisar. Esses assuntos podem incluir tanto a ficção quanto as histórias vividas por uma pessoa ou um grupo.
Os historiadores não produzem um conhecimento absoluto ou total. O conhecimento produzido por ele é seletivo e limitado. Seletivo porque cada um escolhe o tema que deseja pesquisar e o modo como vai estudá-lo. Limitado porque, por mais ampla que seja a pesquisa, ela sempre se refere a uma parte do todo.

Conhecer é uma tarefa que nunca tem fim.

Documentos históricos ou fontes históricas

Em suas pesquisas os historiadores usam várias fontes ou vários tipos de documentos para se informar sobre ideias e realizações das pessoas de diferentes épocas e lugares.

Os historiadores reúnem as informações dos documentos para saber o que, ao longo do tempo, provocou mudanças, seja na economia, seja nas artes, na política, na maneira de pensar, ou nas formas de ver e de sentir o mundo. Mas eles também estudam as permanências, ou seja, aquilo que não se alterou mesmo quando muitas mudanças ocorreram – como ruas e bairros da cidade que não se modificaram, ou ainda maneiras de realizar certos tipos de trabalho como se fazia vinte ou cinquenta anos antes, por exemplo.
Os documentos ou fontes podem ser escritos ou não. Dentre os escritos estão as cartas, letras de canções, livros, jornais, revistas e documentos oficiais.

Já as fontes ou os documentos não escritos podem ser pinturas, esculturas roupas, armas, músicas, filmes, fotografias, utensílios e objetos variados, construções etc. Também é fonte histórica não escrita o relato de pessoas (idosos, jovens, gente famosa, gente comum), contando aspectos de suas vidas. Esses relatos, colhidos geralmente em entrevistas gravadas pelo historiador, registram as lembranças e ajudam a ampliar a compreensão de um passado recente ou da história que está sendo construída hoje. É que chamamos de história oral.
A Importância das fontes históricas

Até pouco tempo atrás, as fontes escritas eram consideradas as únicas possíveis para as pesquisas. Hoje, porém, várias fontes não escritas também são utilizadas, pois os historiadores entenderam que elas são registros igualmente importantes da vida dos seres humanos. Isso representa uma mudança no modo de trabalhar dos historiadores.

Ao analisar as fontes, o historiador pode conseguir várias informações. De um recibo de compra ou venda de escravo, por exemplo, pode-se obter pelo menos uma informação básica: enquanto houve escravidão no Brasil, escravos (homens, mulheres e crianças) podiam ser negociados como mercadorias. Além disso, pode-se saber como se chamava a moeda do país naquela época. Já no caso de uma máscara indígena, pode-se saber o tipo de material utilizado e as técnicas empregadas pelos artesãos do povo que produziu.

Assistam ao vídeo do Telecurso - Parte 01:

Parte 02:


Referências:

COTRIM, Gilberto. Saber e fazer história: primeiras sociedades, Antiguidade e Idade Média. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.