domingo, 10 de julho de 2011

A Primeira Guerra Mundial (1914-18)

O evento mais significativo do século, não foi apenas traumática enquanto durou, mas também teve efeitos profundos. Ajudou a impulsionar a Revolução Russa e configurou-se como uma das causas de depressão financeira dos anos 1930.

A Primeira Guerra Mundial foi um confronto bélico sem precedentes históricos, pois envolveu todas as grandes potências do mundo, impondo o recrutamento obrigatório em cada nação, não só para o exército como também para a produção, resultando numa completa mobilização econômica e militar. No esforço de guerra, cada Estado assumiu a administração de sua própria economia e todos os cidadãos tornaram-se soldados. Os tanques de Guerra, os encouraçados, os submarinos, os abuses de grosso calibre e a aviação, entre outras inovações tecnológicas, demonstraram que o mundo possuía uma capacidade bélica até então inimaginável.

Em linhas gerais, a Primeira Guerra Mundial apresentou duas grandes fases: em 1914 houve a guerra do movimento e, de 1915 em diante, a guerra de trincheiras. A primeira fase estava relacionada ao Plano Schlieffen, estratégia alemã elaborada em 1905 que previa a guerra em duas frentes, concentrada todo o esforço bélico primeiramente no Ocidente e depois no Oriente, sem dividir-se. Começaria com uma rápida ofensiva esmagadora contra a França, derrotando-a, em seguida o grosso das operações militares seria realizado na frente oriental, contra a Rússia, acreditando-se numa vitória em poucos meses.

Trincheiras

Para a execução da ofensiva ocidental, os alemães invadiram a França, atravessando o território belga, o que violou a sua neutralidade. Esse foi o pretexto para a Inglaterra declarar guerra à Alemanha. Os exércitos alemães marcharam em direção a Paris, surpreendendo as tropas francesas. Uma ofensiva russa na frente oriental, entretanto, obrigou o general alemão Moltke a uma divisão de forças. A França salvou-se do fulminante ataque alemão na Batalha do Marne (1914).

Com o fracasso do Plano Schlieffen, terminava a guerra de movimento, iniciando-se a guerra de posição ou de trincheiras. Outras potências entraram no conflito, posicionando-se ao lado da Entente: Japão (1914), Itália (1915), Romênia (1916) e Grécia (1917). Ao lado dos impérios centrais (Alemanha e Austria-Hungria) colocaram-se a Turquia (1914) e a Bulgária (1915).

Alianças militares europeias em 1914. A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em verde e as nações neutras em pêssego.

Enquanto na frente ocidental a guerra entrava na fase das trincheiras, cada país defendendo, palmo a palmo, o território conquistado, na frente oriental ocorria uma sequencia de grandes vitórias alemãs, como na batalha de Tannenberg, na qual cem mil russos foram aprisionados.

Em 1916, em Verdun, frustra-se uma nova ofensiva alemã contra a França, mantendo-se em geral as posições conquistadas. O ano de 1917, ao contrário, foi marcado por acontecimentos decisivos para a guerra.

As contínuas derrotas russas aceleravam a queda da autocracia czarista, culminando na revolução de 1917, que implantaram um governo socialista. Com o novo governo concluiu-se um acordo de paz em separação, o Tratado de Brest-Litovski, de 1918, oficializando a saída dos russos da guerra.

Ainda em 1917, a Itália sofreu uma grande derrota frente aos Austríacos, na batalha de Caporetto, sendo neutralizada. Com dois inimigos fora de combate, as potências centrais passaram a se preocupar com a frente ocidental franco-inglesa, e a Alemanha intensificou o bloqueio marítimo à Inglaterra, objetivando deter seus movimentos e o abastecimento da Grã-Bretanha.

Os Estados Unidos, que até então se mantinham neutros, embora ligados à Entente, abastecendo os países europeus de alimentos e armamentos, sentiram-se ameaçados pela agressividade alemã. O afundamento do seu transatlântico Lusitânia e do navio Vigilentia serviu de pretexto para a declaração de guerra contra as potências centrais. A entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917, com seu imenso potencial industrial e humano reforçou o bloco dos aliados. A abundante oferta de novas armas – tanques, navios e aviões de guerra – dinamizou o conflito, levou à retomada da ofensividade aliada que impôs sucessivas derrotas aos alemães.

Assim, graças à superioridade econômica-militar dos aliados, paulatinamente as potências centrais foram sendo derrotadas, e, em novembro de 1918, o próprio Kaiser renunciava, refugiando-se na Holanda. O novo governo social-democrata da Alemanha assinou o Armistício de Compiegne, finalizando a Primeira Guerra Mundial.

Assistam ao Vídeo:


Fontes:

VICENTINO, Cláudio. História Geral. Ed. atual. e ampliada. São Paulo: Scipione, 1997

BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do século XX. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2008.

Internet:

Acesso em 10/07/2011: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Schlieffen

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