Anselmo era presidente da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) em março de 1964, até deixar a Marinha para, supostamente, se dedicar à luta armada. A repercussão de sua história ofuscou as trajetórias de vários de seus colegas de farda que, ao contrário dele, continuaram lutando contra o governo militar – como você pode ver aqui.
O “cabo” garante que passou a delatar companheiros apenas em 1971, depois de ser torturado. Mas, ironicamente, ele diz que “não imaginaria” o que poderia acontecer com sua namorada Soledad Viedma, torturada até a morte pelos militares – além de negar, também, saber que ela estava grávida de quatro meses.
Anselmo refutou – e não transpareceu – qualquer arrependimento. Para ele, tratava-se de “uma guerra declarada”, na qual “morreram gente dos dois lados” e que Soledad “escolheu enfrentar os policiais da ditadura”. Anselmo negou, inclusive, ter dado informações sobre companheiros – sob o argumento de que tudo era colhido por sua “sombra”, um militar encarregado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops, de seguir Anselmo e todos que se encontravam com ele.
O ex-militar declarou ainda que participaria da Comissão da Verdade – em votação no Congresso Nacional –, desde que “houvesse gente dos dois lados”. Anselmo hoje vive, segundo ele, de favores de amigos empresários – “nenhum deles ligados ao regime militar” – que se solidarizaram com sua história.
Veja alguns trechos da sabatina nos vídeos abaixo disponibilizados pela TV Brasil no YouTube:
Referências:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/cabo-anselmo-sabatinado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Anselmo
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