

Anselmo era presidente da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) em março de 1964, até deixar a Marinha para, supostamente, se dedicar à luta armada. A repercussão de sua história ofuscou as trajetórias de vários de seus colegas de farda que, ao contrário dele, continuaram lutando contra o governo militar – como você pode ver aqui.
O “cabo” garante que passou a delatar companheiros apenas em 1971, depois de ser torturado. Mas, ironicamente, ele diz que “não imaginaria” o que poderia acontecer com sua namorada Soledad Viedma, torturada até a morte pelos militares – além de negar, também, saber que ela estava grávida de quatro meses.
Anselmo refutou – e não transpareceu – qualquer arrependimento. Para ele, tratava-se de “uma guerra declarada”, na qual “morreram gente dos dois lados” e que Soledad “escolheu enfrentar os policiais da ditadura”. Anselmo negou, inclusive, ter dado informações sobre companheiros – sob o argumento de que tudo era colhido por sua “sombra”, um militar encarregado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, do Dops, de seguir Anselmo e todos que se encontravam com ele.
O ex-militar declarou ainda que participaria da Comissão da Verdade – em votação no Congresso Nacional –, desde que “houvesse gente dos dois lados”. Anselmo hoje vive, segundo ele, de favores de amigos empresários – “nenhum deles ligados ao regime militar” – que se solidarizaram com sua história.
Veja alguns trechos da sabatina nos vídeos abaixo disponibilizados pela TV Brasil no YouTube:
O evento mais significativo do século, não foi apenas traumática enquanto durou, mas também teve efeitos profundos. Ajudou a impulsionar a Revolução Russa e configurou-se como uma das causas de depressão financeira dos anos 1930.
A Primeira Guerra Mundial foi um confronto bélico sem precedentes históricos, pois envolveu todas as grandes potências do mundo, impondo o recrutamento obrigatório em cada nação, não só para o exército como também para a produção, resultando numa completa mobilização econômica e militar. No esforço de guerra, cada Estado assumiu a administração de sua própria economia e todos os cidadãos tornaram-se soldados. Os tanques de Guerra, os encouraçados, os submarinos, os abuses de grosso calibre e a aviação, entre outras inovações tecnológicas, demonstraram que o mundo possuía uma capacidade bélica até então inimaginável.
Em linhas gerais, a Primeira Guerra Mundial apresentou duas grandes fases: em 1914 houve a guerra do movimento e, de 1915 em diante, a guerra de trincheiras. A primeira fase estava relacionada ao Plano Schlieffen, estratégia alemã elaborada em 1905 que previa a guerra em duas frentes, concentrada todo o esforço bélico primeiramente no Ocidente e depois no Oriente, sem dividir-se. Começaria com uma rápida ofensiva esmagadora contra a França, derrotando-a, em seguida o grosso das operações militares seria realizado na frente oriental, contra a Rússia, acreditando-se numa vitória em poucos meses.
Trincheiras
Para a execução da ofensiva ocidental, os alemães invadiram a França, atravessando o território belga, o que violou a sua neutralidade. Esse foi o pretexto para a Inglaterra declarar guerra à Alemanha. Os exércitos alemães marcharam em direção a Paris, surpreendendo as tropas francesas. Uma ofensiva russa na frente oriental, entretanto, obrigou o general alemão Moltke a uma divisão de forças. A França salvou-se do fulminante ataque alemão na Batalha do Marne (1914).
Alianças militares europeias em 1914. A Tríplice Aliança está representada em castanho, a Tríplice Entente em verde e as nações neutras em pêssego.
Enquanto na frente ocidental a guerra entrava na fase das trincheiras, cada país defendendo, palmo a palmo, o território conquistado, na frente oriental ocorria uma sequencia de grandes vitórias alemãs, como na batalha de Tannenberg, na qual cem mil russos foram aprisionados.
Em 1916, em Verdun, frustra-se uma nova ofensiva alemã contra a França, mantendo-se em geral as posições conquistadas. O ano de 1917, ao contrário, foi marcado por acontecimentos decisivos para a guerra.
As contínuas derrotas russas aceleravam a queda da autocracia czarista, culminando na revolução de 1917, que implantaram um governo socialista. Com o novo governo concluiu-se um acordo de paz em separação, o Tratado de Brest-Litovski, de 1918, oficializando a saída dos russos da guerra.
Ainda em 1917, a Itália sofreu uma grande derrota frente aos Austríacos, na batalha de Caporetto, sendo neutralizada. Com dois inimigos fora de combate, as potências centrais passaram a se preocupar com a frente ocidental franco-inglesa, e a Alemanha intensificou o bloqueio marítimo à Inglaterra, objetivando deter seus movimentos e o abastecimento da Grã-Bretanha.
Os Estados Unidos, que até então se mantinham neutros, embora ligados à Entente, abastecendo os países europeus de alimentos e armamentos, sentiram-se ameaçados pela agressividade alemã. O afundamento do seu transatlântico Lusitânia e do navio Vigilentia serviu de pretexto para a declaração de guerra contra as potências centrais. A entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917, com seu imenso potencial industrial e humano reforçou o bloco dos aliados. A abundante oferta de novas armas – tanques, navios e aviões de guerra – dinamizou o conflito, levou à retomada da ofensividade aliada que impôs sucessivas derrotas aos alemães.
Assim, graças à superioridade econômica-militar dos aliados, paulatinamente as potências centrais foram sendo derrotadas, e, em novembro de 1918, o próprio Kaiser renunciava, refugiando-se na Holanda. O novo governo social-democrata da Alemanha assinou o Armistício de Compiegne, finalizando a Primeira Guerra Mundial.
Assistam ao Vídeo:
Fontes:
VICENTINO, Cláudio. História Geral. Ed. atual. e ampliada. São Paulo: Scipione, 1997
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do século XX. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2008.
Internet:
Acesso em 10/07/2011: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Schlieffen
“Tapacurá estourou!”
Uma das providências seria a construção de barragens. Em 1973, foi inaugurada a de Tapacurá e a população acreditava que apenas ela seria a solução para evitar as enchentes. Em 1975, para surpresa de todos, houve uma enchente que foi considerada a maior calamidade do século.
Aconteceu entre os dias 17 e 18 de julho, quando 80% da população do Recife ficaram debaixo d’água, 25 municípios da bacia do rio Capibaribe também foram atingidos, morreram 107 pessoas e outras milhares ficaram desabrigadas. Ferrovias foram destruídas, pontes desabaram, casas foram arrastadas pelas águas. Por terra, o Recife ficou isolado do resto do País durante dois dias.
Quando as águas começaram a baixar, as pessoas, fisicamente e psicologicamente fragilizadas, foram aos poucos avaliando os prejuízos e retomando suas vidas. Foi nesse cenário que, por volta das 10 horas da manhã do dia 21 de julho, surgiu o boato de que a barragem de Tapacurá (que tem capacidade para acumular 94 milhões de metros cúbicos de água e nada sofrera com a enchente) havia estourado e que a cidade seria destruída pelas águas em poucas horas.
“Tapacurá estourou!” O alarme anônimo provocou pânico em toda a cidade e o Recife enlouqueceu. O grito ecoou de boca em boca, começou a correria de um lado para outro em busca dos parentes e amigos para fugirem ou morrerem juntos. Motoristas gritavam para os pedestres: “Fujam! A barragem estourou!” Algumas pessoas corriam no sentido cidade-subúrbio, outros no sentido subúrbio-cidade. Uns subiam em árvores, outros subiam até os últimos andares de edifícios, grande parte simplesmente abandonava os postos de serviços em comércio, escritórios e até bancos. Lojas, colégios e repartições públicas ficaram vazias.
A rua do Hospício virou realmente um verdadeiro hospício. Filas de ônibus desmanchavam-se. Homens e mulheres abandonavam o posto da Previdência Social, onde aguardavam atendimento e, ainda com cartões de identificação nas mãos, atropelavam-se nas escadarias dos edifícios próximos na tentativa de encontrar um lugar seguro.
Carros trafegavam em velocidade na contramão. Ônibus eram invadidos fora das paradas por aflitos fugitivos, ao mesmo tempo em que passageiros apavorados saltavam pelas janelas. Mulheres em pleno ataque de nervos gritavam de mãos estendidas para o alto. “Salve-se quem puder!”.
Pedestres imploravam por carona, mesmo sem saber o destino do veículo, mas apenas para sair dali. Das ruas transversais saiam multidões alarmadas, gente carregando roupas, aparelhos de televisão, bujões de gás, colchões. A loucura era tal, que até doentes internados em hospitais abandonaram ambulatórios e enfermarias, alguns vestidos com os característicos camisolões, para se juntarem à massa em fuga.
Cleudson Barros de Oliveira, recém-chegado da cidade de Salvador-BA, estava trabalhando na Empresa Bonfim, que ficava na antiga Rodoviária, próximo ao viaduto das Cinco Pontas. Quando soube que Tapacurá havia estourado, correu juntamente com os colegas, para cima do viaduto, entretanto achando que o viaduto provavelmente cairia com a força das águas, resolveram descer. Pensando depois que poderiam morrer afogados, subiram novamente e assim ficaram subindo e descendo completamente desorientados.
Várias outras situações dramáticas aconteceram: a dona de casa Fátima Aleixo, residente na rua Francisco de Paula Machado, no Cordeiro, gritava por socorro, numa crise de histeria, enquanto todos da rua corriam sem olhar para trás; Joana Gomes de Andrade, com um pé descalço e o outro calçado e sua filha Carmelita, com a roupa que estava lavando na mão, também corriam, assim como Dora, com uma caixa de mantimentos que acabara de comprar, na cabeça. Era uma questão de vida ou morte, corria-se com o que estava ao alcance das mãos ou com o que se estava na mão. Não havia tempo para raciocínio lógico.
O governador do estado, José Francisco de Moura Cavalcanti, em seu gabinete, cuidava das ações de assistência aos municípios em que ele decretara estado de calamidade pública em consequência das inundações. Quando soube da notícia, convocou o coronel Geraldo Pereira de Lima, chefe da Casa Militar, para saber o que estava havendo.
Feita a comunicação com a administração da barragem, constatou-se que a situação era normal. O governador dirigiu-se para o meio da confusão, em frente ao Diretório Central dos Estudantes, na rua do Hospício. Os estudantes choravam, agitados. O governador disse a eles que a notícia da barragem não era verdadeira, que se Tapacurá houvesse estourado ele não estaria ali naquele momento. Os estudantes se acalmaram e tomaram as ruas gritando para o povo que a notícia sobre o estouro de Tapacurá era falsa, que era boato, que estava tudo bem.
Estrada dos Remédios - década de 70
Mas, somente após os insistentes boletins divulgados pelas emissoras de rádio e televisão, alguns feitos pelo próprio governador desmentindo o boato, a vida da cidade reordenou-se aos poucos.
Hoje, a história da barragem de Tapacurá parece coisa de folclore. As pessoas que viveram aquele acontecimento, no entanto, quase sempre têm uma história tragicômica para contar.
Recife, 13 de julho de 2006.
Assistam ao vídeo que mostra a estrutura da Barragem:
FONTES CONSULTADAS:
FONSECA, Homero. Tapacurá; o dia em que o Recife enlouqueceu. In: MENEZES, Fernando (Coord.). Recife: paixão e tragédia. 2.ed. Recife: PROPEG, 2000.
JC On-Line. Especial 80 anos. Disponível em: Acesso em: 5 maio 2006.
TAPARURÁ estourou. . Disponível em: . Acesso em: 5 maio 2006.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=806&Itemid=1
No feudalismo, a posse da terra era o critério de diferenciação dos grupos sociais, rigidamente definidos: de um lado, os senhores, cuja riqueza provinha da posse territorial e do trabalho servil; de outro, os servos, vinculados à terra e sem possibilidade de ascender socialmente. A esse tipo de sociedade, estratificada, sem mobilidade, dá-se o nome de sociedade estamental.
Assim, a sociedade feudal era composta por dois estamentos, ou seja, dois grupos sociais com status fixo: os senhores feudais e os servos. Os servos eras constituídos pela maior parte da população camponesa, vivendo como os antigos colonos romanos – presos à terra e sofrendo intensa exploração. Eram obrigados a prestar serviços ao senhor e a pagar-lhe diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar.
Embora a vida do camponês fosse miserável e ele se submetesse completamente ao senhor, a palavra escravo seria imprópria para designar sua condição, uma vez que o servo achava-se ligado à terra, não podendo ser dela retirado para ser vendido. Assim, quando um senhor entregava sua terra a outro, o servo apenas passava a ter um novo amo, permanecendo, contudo, na mesma tenência. De certo modo, isso lhe dava alguma segurança, pois, ao contrário do escravo, o servo podia sempre contar com um pedaço de terra para sustentar sua família, ainda que precariamente.
De maneira geral, clero, nobreza e servos eram os grupos definidores da hierarquia feudal, havendo, entretanto, alguns grupos sociais menores, cujo referencial era estabelecidos entre senhores e servos. Nesses grupos encontram-se os vilões, antigos proprietários livres, embora permanecessem ligados a um senhor. Na realidade, eram servos com menos deveres e mais liberdades, com obrigações quase sempre bem-definidas e que não poderiam ser aumentadas segundo a vontade do senhor.
A terra tinha grande importância na época feudal, em decorrência da escassez de moeda e de outras formas de riqueza. Assim, estimulou-se a prática de retribuir serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as cediam eram os suseranos e aqueles que as recebiam tornavam-se seus vassalos.
Um cerimonial (Homenagem) acompanhava a concessão do feudo (beneficium), ocasião em que o vassalo jurava fidelidade ao suserano, comprometendo-se a acompanhá-lo nas guerras, assim como suserano jurava, em reciprocidade, proteção ao vassalo. Enfim, suserano e vassalo assumiram compromissos de ajuda e consulta mútua (auxilium e consilium).
As Guerras
A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. A residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.
Educação, artes e cultura
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.
Vejam o Vídeo sobre a Sociedade Feudal:
Vídeo 02
Referências:
VICENTINO, Cláudio. História Geral. Ed. atual. e ampliada. São Paulo: Scipione, 1997