terça-feira, 23 de novembro de 2010

O ORIENTE MÉDIO

A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.

Atividades Econômicas:

O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade econômica.

A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o alimentício.

O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).

Religiões:

No Oriente Médio, aproximadamente 292 milhões de pessoas (92% da população) são muçulmanas. A maioria pertence às seitas sunita e xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.). Há grupos menores de mulçumanos, como os drusos e os alauítas.
Em Caaba, onde está depositada a Pedra Negra que, desde tempos imemoriais, se acredita ter sido trazida do céu pelo Arcanjo Gabriel, e todos os ídolos tribais.

A região abriga ainda cerca de 13 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre as mais antigas do cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio cerca de 6 milhões de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se em ondas, originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso, no Estado judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições, orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente expressas.

Política - Conflitos

A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para esse fato, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados são dependentes de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.

As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.
Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.

Jerusalém:
Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.

Veja a situação dos Cristão no Oriente Médio:


E a expansão do Islamismo no Blog:

Assistam ao vídeo explicativo, sobre os Conflitos no Oriente Médio:

domingo, 24 de outubro de 2010

Brasil Redemocrático - 1985-1989

A redemocratização de 1985 manteve a tradicional marca histórica brasileira de se fazer a instalação de uma nova ordem política sem que fossem destronadas as elites da véspera. Foi assim na independência política de 1822, na instalação do regime republicano de 1889, na Revolução de 1930, de democratização de 1945 e, novamente, em 1985. Esse padrão incluía uma significativa mudança política sem que ocorresse a ascensão de uma nova classe social ao poder. Pelo contrário, as novas forças emergentes compunham-se com os interesses dos velhos grupos que antes exerciam direta ou indiretamente o comando nacional.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.
Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney.

José Sarney assume a presidência do Brasil com uma economia falida, utilizou dos seus planos econômicos como o Cruzado, Plano Sarney e entre outros, que nada funcionou, levando os brasileiros a uma miséria não conhecida de muitos. Só aqueles que viveram naquela época entendem o que foi na verdade os problemas econômicos do Brasil na Era Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

A Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos. Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de 1988 qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de qualquer natureza.

E por fim, tivemos finalmente, depois de mais de 25 anos, o povo brasileiro volta a votar em presidente da república, infelizmente, conduzido pelos meios de comunicações o povo acabou votando no homem “errado”. Aquele que deveria ser o nosso caçador de marajá, na numa mais foi do que um mero político, como tantos outros políticos levou o Brasil apara mais uma crise.

Assim sendo, as eleições de 1989 foram as primeiras desde 1960 em que os cidadãos brasileiros aptos a votar escolheram seu presidente da república. Por serem relativamente novos, os partidos políticos estavam pouco mobilizados e vinte e duas candidaturas à presidência foram lançadas. Essa quantidade expressiva de candidatos mantém o recorde de eleição presidencial com mais candidatos. Foi também a primeira eleição na qual uma mulher disputou o posto mais elevado da República – Lívia Maria do Partido Nacionalista (PN). Como nenhum candidato obteve a maioria absoluta dos votos válidos, isto é, excluídos os brancos e nulos, a eleição foi realizada em dois turnos, conforme a então nova lei previa. O primeiro foi realizado em 15 de novembro de 1989, data que marcava o centésimo aniversário da proclamação da República, e o segundo em 17 de dezembro do mesmo ano. Foram para o segundo turno os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, e Fernando Collor de Mello, da coligação encabeçada pelo hoje extinto Partido da Reconstrução Nacional.




Vídeo 02:

domingo, 26 de setembro de 2010

A Ditadura Militar no Brasil (1964-85)

No dia 1º de Abril de 1964 o Brasil mergulha em uma nova fase da sua história. Durante 21 anos o país viveu um regime de governo militar, que marcou a nação, seu povo e suas instituições. Foram duas décadas de confronto entre forças políticas e sociais. Neste conflito ambos os lados, governo e oposição, utilizaram todos os seus recursos: censura, terrorismo, tortura e guerrilha. Veja abaixo o regime militar e o período de redemocratização. Verá também alguns fatos que marcaram a ditadura: os movimentos de oposição e a repressão: http://www.culturabrasil.pro.br/ditadura.htm

Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos.

Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.

Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 apagou os rastros da ditadura militar e estabeleceu princípios democráticos no país.

Assistam aos vídeos sobre o Regime Militar (1964-85) com Boris Faustos:


Parte 02

Parte 03

Fontes:

Site: Cultura Brasil - http://www.culturabrasil.pro.br/ditadura.htm

Grupo Escolar: http://www.grupoescolar.com/materia/ditadura_militar_no_brasil.html

Boris Fausto (Vídeos)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Governo Vargas (1951-1954): O Populismo

O significado dos três anos e meio do governo Getúlio, os mais agitados na história constitucional brasileira, é motivo de diferentes interpretações. Para alguns estudiosos, o governo de Vargas foi anti-imperialista, tendo um projeto de desenvolvimento industrial autônomo, independente do capital estrangeiro. A oposição exercida pela UDN, por essa interpretação, representava os interesses de um setor pró-imperialista da burguesia brasileira, defensor de ma industrialização subordinada ao capital estrangeiro. Para outros estudiosos, com os quais se identifica este texto, a política de Vargas era nacional-reformista, ou seja, buscava atrair o capital estrangeiro para, associado ao nacional, impulsionar a industrialização do país nos setores que exigiam tecnologias mais avançadas. Contudo, não interessava, então, ao capital norte-americano produzir no país na amplitude desejada por Vargas. Essa posição coincida com os interesses anti-industrializante do setor mercantil da burguesia nacional, que enriquecia, em parte, exatamente por ser intermediário nas importações de produtos manufaturados.

O populismo

Vargas implementou uma política populista, na busca de suporte político de setores populares para promover a industrialização. A seu favor o presidente tinha, também, o setor nacionalista das Forças Armadas, que via na industrialização uma forma de reduzir a vulnerabilidade do país, mediante o aproveitamento dos recursos naturais, permitindo um maior período militar e a possibilidade de defender a segurança nacional. Vargas tratou, também, de compor um ministério que refletisse os diversos apoios que recebera na campanha eleitoral, que lhe desse a maior penetração possível junto à sociedade e, ainda, que desarmasse a oposição. Assim, ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) foi entregue apenas o Ministério do Trabalho, numa medida favorável ao partido, que ganhou o controle dos sindicatos operários patrocinados pelo governo. O PSD recebeu os ministérios da Fazenda, Ralações Exteriores e Saúde; o PSP ficou com a pasta de Viação e Obras Públicas, enquanto o Ministério da Agricultura coube ao udenista (oposição) João Cleofas. A UDN não considerou importante tal ministério e, dirigida pela burguesia mercantil, aliada a interesses norte-americanos, manteve-se na oposição. Enquanto isso, a burguesia industrial estava numa posição ambígua, pois, se por um lado lhe interessava a industrialização, por outro lado havia a desconfiança de que o populismo pudesse criar condições aos setores populares de se organizarem na defesa de interesses próprios, em lugar de serem manobrados.

A política populista de Vargas entrou em crise quando a continuidade do progresso inflacionário levou à chamada “greve dos 300 mil”. Iniciado em 26 de março de 1953, na cidade de São Paulo, sob a liderança do Partido Comunista, reivindicando melhores salários, o movimento estendeu-se pelo interior do estado, demonstrando um avanço na capacidade organizativa dos trabalhadores. O governo, ao mesmo tempo em que reprimia de forma violenta alguma das ações mais ousadas empreendidas pelos operários, através de membros da cúpula da burocracia estatal procurava fazer crer aos grevistas que lhe era simpático. Os setores médios urbanos e a burguesia industrial sentiram-se ameaçados com o movimento grevista que, assim, acabou provocando a união da burguesia. Os setores conservadores responsabilizaram o governo pela greve e passaram a ver o Exército como instrumento pêra depor Vargas a barrar o avanço do movimento operário.


A fim de criar condições políticas para implementar um plano de estabilização econômica que, entre outras coisas, combatesse a inflação e recuperasse a confiança dos trabalhadores, Vargas promoveu, em meados de 1953, uma reforma ministerial. Nomeou para o ministro do Trabalho o jovem político gaúcho João Goulart, presidente do PTB, que estivera atraindo líderes sindicalistas para o partido, com a finalidade de respaldarem a política getulista. A proximidade de Goulart com o movimento sindical causava aversão nas forças conservadoras, que interpretavam sua nomeação como uma virada à esquerda por parte do governo. Essa suposta esquerdização teve maior repercussão negativa das Forças Armadas, onde o setor nacionalista aliado de Vargas estava enfraquecido. O setor mais forte no Exército, naquele momento, alinhava-se cada vez mais com a proposta de golpe da UDN, em nome de um pretenso anticomunismo.

Fonte:
DORATIOTO, Francisco Fernado M. De Getúlio a Getúlio: o Brasil de Dutra a Vargas, 1945-54. São Paulo: Atual, 1991.

Assistam aos vídeos:

Video 01


Vídeo 02

domingo, 22 de agosto de 2010

Itália - Quando Surge Mussolini

Batizado em homenagem ao revolucionário mexicano Benito Juarez, pelo pai, um misto de socialista e anarquista, Mussolini filiou-se ao Partido Socialista aos 17 anos, tornando-se um militante muito ativo. Em 1901, refugiou-se na Suíça para escapar ao serviço militar obrigatório e peregrinou pelos cantões do país, sendo com freqüência expulso de onde se exilava devido à militância anticlerical e antimilitarista.
Mussolini aparece na História da Itália no momento crítico e favorável para sua ascenção.

Por muito tempo, a Itália era uma terra dividida, com muitas regiões e muitos dialetos. Era difícil uni-la sob um mesmo espírito. No Sul, o analfabetismo era generalizado. Em cada dez pessoas na Calábria, apenas três sabiam ler e escrever, embora no extremo Norte os leitores fossem mais numerosos. Como uma democracia relativamente nova, a Itália tinha poucos eleitores até 1912, quando o voto, em um ato de fé, foi concedido aos homens alfabetizados maiores de 21 anos, aos homens analfabetos com mais de 30 anos e aos soldados reformados.

O país era o púnico entre os mais populosos da Europa que não possuía campos ricos em carvão nem siderúrgicas movimentadas que pudessem competir com as do Vale de Ruhr e as da Inglaterra.

Neutra nos primeiros meses da Primeira Guerra Mundial, a Itália era cortejada por ambos os lados. Juntou-se inesperadamente à Grã-Bretanha, à França e a seus aliados. Por mais de três anos, lutou bravamente contra os austríacos e os húngaros nos Alpes, mas grande potência, a Itália esperava – na verdade, ouvira promessas – recompensas do lado vencedor, mas ficou tão decepcionada com as negociações de paz em Paris em 1919 que, em certa ocasião, seus representantes chegaram a se retirar da reunião. Muitos italianos ficaram desiludidos ao perceberem que seus grandes sacrifícios humanos na guerra haviam sido tão parcamente recompensados.

Havia um forte tambor nacionalista esperando para ser tocado por um político em ascensão, alguém capaz ressoar nos ouvidos dos soldados reformados. Até mesmo os civis estavam ansiosos para ouvir o som desse percussionista, pois tinham sofrido durante a guerra com um período de escassez de pão, em parte porque os navios com farinha e grãos, vindos dos portos do Mar Negro, já não podiam chegar ao país. Em agosto de 1917, uma desordem por conta do pão na cidade industrial de Turim causou a morte de 50 pessoas.

Depois da guerra, o problema econômico foi ressaltado por uma inquietação política. Em 1920, o país estava à beira de uma revolução. No porto Adriático de Ancona, um batalhão do exército amotinou-se. Greves desordenavam as ferrovias, as linhas de bonde nas cidades e as estações de energia elétrica. Os problemas foram agravados pela severa, embora curta, depressão pós-guerra que se abateu sobre quase todos os países da Europa. O tempo era propício para a ascensão de Mussolini.

Mussoline e Hitler

Fonte:
BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do século XX. 1ª Ed. - São Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2008.

Internet: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u568.jhtm Acesso em 22/08/2010

Assistam ao vídeo de Mussolini:

domingo, 15 de agosto de 2010

O Brasil Indolente?


A IDÉIA DE QUE O BRASILEIRO É INDOLENTE É UMA DAS MAIS PARSISTENTE NA CULTURA NACIONAL. A SUA CONSTRUÇÃO VEM DESDE OS PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO E O SEU OBJETIVO É O MESMO DESDE ENTÃO: IMPOR AOS TRABALHADORES REGIMES DE TRABALHO EXAUSTIVOS.

Você já se perguntou por que neste país, em geral, as pessoas falam tão mal de seu próprio povo? No dia-a-dia, as pessoas vivenciam um profundo complexo de inferioridade por serem brasileiras. Mesmo quando elogiam o país, é normal terminarem a frase dizendo que poderia ser melhor. A cada novo plano econômico, os brasileiros, mesmo desconfiados, apostam que ele dará certo, pois estão cansados de viver para o futuro, sem nunca viver o presente. Mesmo sendo otimista, o brasileiro sente-se inferior em relação a outros povos. Por quê?

Complexo de inferioridade

Como tudo tem uma história, o complexo de inferioridade nacional também tem a sua. A origem dela está em nosso passado colonial e vem, através dos tempos, adquirindo outras formas, mas mantendo o mesmo padrão.

O primeiro brasileiro obrigado a viver o complexo de inferioridade foi o índio, o brasileiro natural de nossa terra. O índio não tinha nenhum complexo de inferioridade antes da chegada dos portugueses. Ao contrário, ele vivia numa sociedade bem-estruturada e era orgulhoso das tradições de sua tribo, de seus deuses, de suas glórias nas lutas contra os inimigos. Mesmo tendo de enfrentar as dificuldades de um modo de vida baseado na caça, na pesca, na coleta e numa pequena agricultura, possuía identidade e cultura complexa próprias.

A vida indígena não era um paraíso perdido. Tinham seus problemas, suas contradições. Aliás, é fácil imaginar como foi complicado viver numa sociedade que dependia exclusivamente da natureza. Apenas, é importante perceber que formavam uma sociedade estruturada, com valores determinados (dos quais vocês pode discordar), tinham equilíbrio e se auto-sustentavam (não se conhecem casos de tribos que passavam fome, a não ser que alguma catástrofe da natureza assim determinasse). Quando a terra perdia a fertilidade ou quando a caça, a pesca ou a coleta de uma região escasseavam, mudavam-se para outro local em que pudessem subsistir.

Sua sociedade era organizada entre iguais. Embora houvesse “cargos” (cacique, pajé), todos desfrutavam das mesmas condições de vida, e o alimento era distribuído entre todos. Cada um desempenhava seu papel na sociedade, ou seja, cada um sabia o que devia fazer e como fazer. Possuíam a noção muito clara de que ninguém explorava ninguém e de que suas ações ajudavam de fato sua tribo a sobreviver e a crescer.

Quando os portugueses aqui chegaram, seu objetivo era explorar a colônia, para conquistar, dominar e levar tudo o que achassem que daria dinheiro. A atitude deles em relação aos indígenas foi determinada por esses objetivos. Até quando foi possível obter deles que queriam, trataram-nos como sócios de um negócio, mas quando não puderam mais contar com sua “colaboração”, passaram a tratá-los como inimigos.

Os portugueses não foram os únicos a tratar os povos autóctones dessa forma. Os ingleses, espanhóis, franceses, holandeses e todos os demais povos europeus que naquela época colonizaram o mundo agiram da mesma forma. Os europeus exterminaram milhões de seres humanos a fim de conquistar e explorar as terras que por estes eram habitadas. Apesar de não existirem estatísticas exatas sobre isso, calcula-se que nem as duas guerras mundiais (a de 1914-1918 e a de 1939-1945) mataram, juntas, com todas as armas modernas que possuíam, o mesmo que os europeus nos processos de conquista do novo mundo. Isso foi a colonização.

Theodor de Bry - Século XVI, retratando a visão de um europeu sobre as diferenças entre o mundo dos indígenas e o dos colonizadores.

Fonte:

AGOSTINI, João Carlos. Brasileiro, sim senhor!: uma reflexão sobre nossa identidade. 2ª ed. São Paulo: MOderna, 2004.

Assistam ao vídeo Matriz Tupi de Darcy Ribeiro:

domingo, 8 de agosto de 2010

O Cinema Novo


O Cinema Novo nasceu em 1952, no I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Nestes eventos foram debatidas ideias que já tinham começado a brotar nas conversas entre jovens inconformados com a derrocada dos grandes estúdios cinematográficos paulistas. De seus desejos de ver um cinema realizado com maior realismo, mais substância e mais barato, inspirado pelo Neo-realismo dos cineastas italianos e pela ‘Nouvelle Vague’ francesa, surgiu o movimento brasileiro, intitulado Cinema Novo.

Talvez os anos 1960 tenham sido o momento da história republicana mais marcada pela convergência revolucionária entre política, cultura, vida pública e privada, sobretudo entre intelectualidade. Então, a utopia que ganhava corações e mentes era a revolução – não a democracia ou a cidadania, como seria anos depois –, tanto que o próprio movimento de 1964 designou a si mesmo como revolução. Rebeldia contra a ordem e revolução social por uma nova ordem mantinham diálogo tenso e criativo, interpenetrando-se em diferentes medidas na prática dos movimentos sociais, expressa também nas manifestações artísticas.

Neste período foi a era do Cinema Novo, composto por Glauber Rocha, Nelson pereira dos Santos, Cacá Diegues, Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Ruy Guerra, Zelito Viana. Walter Lima Jr., Gustavo Dahl, Luiz Carlos Barreto, David Neves, Eduardo Coutinho e entre outro que defendiam posições de esquerda. O Cinema estava na linha de frente da reflexão sobre a realidade brasileira, na busca de uma identidade nacional autêntica do cinema e do homem brasileiro, em busca de sua revolução.

Tendo como princípio a produção independente de baixo custo e como temática os problemas do homem simples do povo brasileiro, o Cinema Novo deslanchou em longas-metragens: na Bahia, com a criação de Iglu Filmes e, no Rio de Janeiro, com a filmagem de Cinco vezes favela, patrocinada pelo CPC da UNE (Centro Popular da Cultura da União Nacional dos Estudantes).

Os ideais do Cinema Novo logo cativaram artistas cariocas e baianos, que decidiram adotar os mesmos mecanismos. Nada dos filmes suntuosos outrora produzidos pela Vera Cruz, nenhum espaço para a alienação inerente às deliciosas chanchadas realizadas pelos grandes estúdios. O que se desejava agora era o cinema criado com “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. O destaque, no Cinema Novo, é para a esfera dos conceitos, é o auge do chamado “cinema cabeça ou autoral”. Importante é refletir nas telas o real contexto brasileiro, através de uma linguagem despojada e adequada à realidade social deste período, marcada pelo subdesenvolvimento.

Na estética deste Cinema predominavam os deslocamentos lentos e escassos da câmera, os ambientes desprovidos de luxo, o destaque conferido aos diálogos, personagens principais dos filmes, muitos deles filmados em preto e branco. Na primeira etapa dessa escola (O Cinema Novo), que se estende de 1960 a 1964, os cineastas se voltam para o Nordeste como fonte temática, abordando os graves problemas que afetam o sertão. São lançadas ‘Vidas Secas’, de Nelson Pereira dos Santos, e ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’, de Glauber Rocha.

Imagem de "Vidas Secas" de Nelson Pereira

A segunda fase, que vai de 1964 a 1968, reflete a meditação destes cineastas sobre os caminhos ditados pela Ditadura Militar para a política e a economia brasileira, as consequências do desenvolvimentismo adotado pelos militares. Surge O Desafio (1965), de Paulo Cezar Saraceni, O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha.

A terceira e última etapa do Cinema Novo, que se prolonga de 1968 a 1972, revela o desgaste sofrido por este movimento, com a repressão e, principalmente, com a censura. As produções deste período são profundamente inspiradas pelo Tropicalismo. Recorria-se agora ao famoso exotismo nacional, com o uso de indígenas, araras, bananas, enfim, tudo que é típico das terras brasileiras. Mesmo em declínio, o Cinema Novo traz clássicos como Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, estrelado pelo genial Grande Otelo, baseado na obra-prima de Mário de Andrade.

Infelizmente não demorou muito para que os mecanismos repressivos da Ditadura Militar desbaratassem o movimento, perseguindo muitos de seus representantes, obrigados a fugir do país. Embora alguns dos veteranos do Cinema Novo procurassem se conformar ao contexto político, os mais novos rejeitavam completamente este cenário opressivo. O movimento dá lugar então ao Cinema Marginal.

Fontes:
RIDENTI, Marcelo; Org. FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucila de Almeida. O Tempo da Ditadura Militar e Movimento Sociais. 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

Acesso em 08/08/2010: http://www.infoescola.com/cinema/novo/

Assistam o Vídeo que conta sobre a Cultura na época:


Cena final do filme "Deus e o Diabo na Terro do Sol":

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Brasil Imperial

(Coroação de Dom Pedro, Imperador do Brasil)

A proclamação da independência garantiu, de um lado, a autonomia brasileira em relação a Portugal, inviabilizando a recolonização que ameaçava os interesses das elites nacionais; de outro, transformou D. Pedro I no eixo da ordem política que nascia sem as amarras do dirigismo das cortes portuguesas.

A partir do episódio do 07 de setembro de 1822, porém, era fundamental consolidar a independência e definir o perfil da ordem política do novo país. Essa tarefa durou mais de duas décadas, durante as quais se verificaram divergências entre grupos sociais que lutavam para manter a unidade territorial e a supremacia do poder central, localizado no Rio de Janeiro, bem como várias disputas pelo controle dos aparelhos de Estado.

O império brasileiro vai se caracterizar:

“A ascensão do poder monárquico e as implicações do novo regime no cenário político nacional. A seção conta com as contradições dos grupos políticos surgidos na época, destacando o incessante conflito em torno do problema da centralização das instituições políticas do país. Por fim, faz um panorama sobre a economia cafeeira do século XIX e as questões em torno da modernização da economia nacional e a abolição da escravidão” (Rainer Sousa).

Fonte:

VICENTINO, Cláudio. História do Brasil. São Paulo: Scipione, 1997

Acesso em 28/07/2010: http://www.brasilescola.com/

Assistam ao Vídeo:

domingo, 18 de julho de 2010

A União Europeia

O conjuto dos países membros da União Europeia, que representa o maior pólo comercial do globo, mantém relações comerciais com praticamente todos os outros blocos econômicos, tendo como principais parceiros os Estados Unidos, o Japão, a China, os Trigues Asiáticos e, mais recentemente, o Leste Europeu.

Essa união foi iniciada em 1944, mas consolidou efetivamente no ano de 1948, com o nome de Benelux, essa denominação é proveniente dos três países que compõem essa união (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). A união tinha como objetivo criar incentivos tributários e aduaneiros entre os componentes do grupo, e posteriormente um incremento nas relações comerciais.

Em 1950 foi elaborado o Plano Schuman com objetivo de criar um mercado comum, no primeiro momento o plano se limitou à homogeneização da produção de aço e carvão na Alemanha e França, com possibilidades de abranger, dentro desse processo, outros países do continente europeu.

Para instaurar a união na produção da indústria de base na Europa, no ano de 1951, foi criada a CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço), essa instituição foi proveniente do Tratado de Paris, os países que faziam parte eram Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo.

O sucesso concreto do Benelux e da CECA deu origem ao Mercado Comum Europeu, chamado também de Comunidade Econômica Européia, por meio do Tratado de Roma em 1957, nesse período, França, Alemanha e Itália ingressaram para estabelecer uma flexibilidade na livre circulação de mercadorias entre os membros. Outro motivo da criação era o anseio de superar a hegemonia norte-americana e soviética, que representava as maiores potências da época.

Mais tarde, em 1991, foi assinado o Tratado de Maastricht, no entanto, só teve início realmente em 1993, agora com um novo nome: União Européia (UE). Dessa forma os países que compõe o bloco econômico são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Holanda, França, Itália, Reino Unido, Irlanda, Luxemburgo, Espanha, Grécia, Portugal, Suécia e Finlândia.

A efetivação da UE estabeleceu também a circulação de uma moeda única nos países que compõe o bloco que entrou em vigor em 1o de janeiro de 2002, além da implantação de taxas de juros e carga tributária comum a todos integrantes. Nem todos os participantes do bloco aceitaram substituir suas moedas nacionais pelo Euro, como Reino Unido, Suécia e Dinamarca. O processo para conceber uma moeda única no bloco, foi impulsionado pela criação do Banco Central Europeu com a intenção de coibir a inflação e administrar a área econômica dos países membros.
Na UE existem organismos supranacionais que desenvolvem medidas em diferentes seguimentos entre eles meio-ambiente, desenvolvimento industrial, infra-estrutura, transporte e telecomunicação. Além da liberdade na circulação de mercadorias, bens, serviços, capitais e pessoas. A uniformidade das taxas de juros, tributos e circulação de mercadorias facilitaram o crescimento econômico desse importante bloco.

Devido à solidez alcançada pela UE, o bloco não descarta a possibilidade de outros países o integrarem. Porém para que um país seja aceito na UE é preciso que atinja os pré-requisitos estabelecidos pelo bloco no campo político, econômico e social.

A partir de dezembro de 1999 ficou definido que outras nações Européias iriam integrar o bloco passando a ser composto por 27 países, mas os novos integrantes serão efetivados, caso seja aceitos a partir de 2003, são eles: Turquia, Polônia, Hungria, Chipre, República Tcheca, Eslovênia.



Quando o bloco estiver totalmente completo o volume de capital vai atingir níveis aproximados de 500 bilhões de dólares, isso mostra a potencialidade do mais importante bloco econômico do mundo e o único que ameaça a hegemonia norte-americana.

Fonte:
Equipe Brasil Escola (acesso em 18/07/2010):

Site da Uol:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u57255.shtml

Assistam a vídeo aula sobre a União Europeia:






quinta-feira, 15 de julho de 2010

Charges - Uma forma de contar História

Nos meios de comunicação, o uso das charges esteve sempre vinculado à realização de algum tipo de reflexão sobre os acontecimentos do cotidiano. Tendo grande espaço dentro dos jornais diários, as charges parecem ter se transformado em grandes ícones que relatam o cotidiano por meio da expressividade das imagens e o uso de um texto curto e sugestivo. Contudo, esse “narrador do agora” também pode ser um importante instrumento de reflexão do passado.

Muitas vezes, o chargista costuma fazer a crítica sobre uma situação do agora realizando uma comparação da mesma com algum fato passado. Dessa maneira, o chargista se transforma em um sujeito capaz de propor uma perspectiva do passado que reafirme ou promova um contraste com a vivência do presente. Apesar de destacarmos o uso de charges com esse tipo de característica, devemos nos lembrar que quaisquer outras charges podem ser trabalhadas como documentos da história.


Retornando ao tipo de charge aqui trabalhada, sugerimos a proposição de uma aula de história contemporânea que debata a política internacional do presidente norte-americano George W. Bush (2001 – 2008). Para isso, sugerimos a utilização de algumas charges que costumam comparar o presidente norte-americano com Adolf Hitler, líder político da Alemanha durante o governo nazista. Em suma, podemos convidar a sala a desconstruir tais imagens tentando refletir os elementos nelas trabalhados.

Um das charges mais comumente encontradas nos meios de comunicação costuma caracterizar George W. Bush com os uniformes ou acessórios adotados por Hitler. Demonstrando esse tipo de imagem em sala o professor pode tentar realizar uma atividade que se preocupa em refletir com um pouco mais de tempo e cuidado sobre a comparação histórica oferecida pelo autor da charge. Para darmos exemplo desse exercício, colocaremos abaixo uma dessas várias charges.


No exemplo exposto, podemos ver que o artista utilizou de uma montagem que coloca Bush como o ator principal de um filme. Para reforçar a equiparação entre Hitler e Bush, o autor utiliza do título do filme “O grande ditador” (1940), no qual o ator e comediante Charles Chaplin (1889 - 1977) faz um versão caricata de Adolf Hitler. Dessa forma, o autor da charge “conta” ao público que ele pretende fazer a mesma crítica de Chaplin por ambos tratarem de personagens históricos semelhantes.

Fontes:
Acesso em 15/07/2010: www.charge-o-matic.blogger.com.br
Por Rainer Sousa: http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/historia-charges.htm
Maurício Ricardo: http://charges.uol.com.br

Assistam ao vídeo charges abordando a história de Tiradentes:

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Revolução Francesa


No desenvolver do século XVIII existem dois importantes fatos históricos que marcaram esse período. De um lado temos a ascensão dos ideais iluministas, que pregavam a liberdade econômica e o fim das amarras políticas estabelecidas pelo poder monárquico. Além disso, esse mesmo século assistiu uma nova etapa da economia mundial com a ascensão do capitalismo industrial.

Nesse contexto, a França conviveu com uma interessante contradição. Ao mesmo tempo em que abrigou importantes personagens do pensamento iluminista, contava com um estado monárquico centralizado e ainda marcado por diversos costumes atrelados a diversas tradições feudais. A sociedade francesa estava dividia em classes sociais distintas pela condição econômica e os privilégios usufruídos junto ao Estado.

De um lado, tínhamos a nobreza e o alto clero usufruindo da posse das terras e a isenção dos impostos. Além disso, devemos salientar a família real que desfrutava de privilégios e vivia à custa dos impostos recolhidos pelo governo. No meio urbano, havia uma classe burguesa desprovida de qualquer auxilio governamental e submetida a uma pesada carga tributária que restringia o desenvolvimento de suas atividades comerciais.

A classe proletária francesa também vivia uma situação penosa. No campo, os camponeses eram sujeitos ao poder econômico dos senhores feudais e viviam em condições mínimas. Muitos deles acabavam por ocupar os centros urbanos, que já se entupiam de um amplo grupo de desempregados e miseráveis excluídos por uma economia que não se alinhava às necessidades do nascente capitalismo industrial.

Somados a todos estes fatores, a derrota francesa em alguns conflitos militares e as péssimas colheitas do final do século XVIII, contribuíram para que a crise econômica, e a desordem social se instalassem de vez na França. Desse modo, a década de 1780 veio carregada das contradições, anseios e problemas de uma nação que não dava mais crédito a suas autoridades. Temos assim, os preparativos da chamada Revolução Francesa.

FONTE:
Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Assistam aos Vídeos sobre a Revolução Francesa:

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Revolução Industrial

O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção.

A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o artesão trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção.

Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial.

O pioneirismo inglês
Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária.

Na base do processo, está a Revolução Inglesa do século XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares. A hegemonia naval lhes davam o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado.

Até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial (Estados Unidos, Índia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produção ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportação inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra. As colônias contribuíam com matéria-prima, capitais e consumo.

Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto é, havia dinheiro barato para os empresários.

Depois de capital, recursos naturais e mercado, vamos ao quarto elemento essencial à industrialização, a transformação na estrutura agrária após a Revolução Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos, autorizados pelo Parlamento. A divisão das terras coletivas beneficiou os grandes proprietários. As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num só lugar e eram tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência: eles se transformaram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesãos.

Duas consequências se destacam: 1) diminuiu a oferta de trabalhadores na indústria doméstica rural, no momento em que ganhava impulso 0 mercado, tornando-se indispensável adotar nova forma de produção capaz de satisfazê-lo; 2) a proletarização abriu espaço para o investimento de capital na agricultura, do que resultaram a especialização da produção, o avanço técnico e o crescimento da produtividade.

A população cresceu, o mercado consumidor também; e sobrou mão-de-obra para os centros industriais.

Assistam as vídeos aulas sobre a Revolução Industrial:




parte 02

domingo, 13 de junho de 2010

A INCONFIDÊNCIA MINEIRA

No século XVIII, a ascensão da economia mineradora trouxe um intenso processo de criação de centros urbanos pela colônia acompanhada pela formação de camadas sociais intermediárias. Os filhos das elites mineradoras, buscando concluir sua formação educacional, eram enviados para os principais centros universitários europeus. Nessa época, os ideais de igualdade e liberdade do pensamento iluminista espalhavam-se nos meios intelectuais da Europa.


Na segunda metade do século XVIII, a economia mineradora dava seus primeiros sinais claros de enfraquecimento. O problema do contrabando, o escasseamento das reservas auríferas e a profunda dependência econômica fizeram com que Portugal aumentasse os impostos e a fiscalização sobre as atividades empreendidas na colônia. Entre outras medidas, as cem arrobas de ouro anuais configuravam uma nova modalidade de cobrança que tentava garantir os lucros lusitanos.


No entanto, com o progressivo desaparecimento das regiões auríferas, os colonos tinham grandes dificuldades em cumprir a exigência estabelecida. Portugal, inconformado com a diminuição dos lucros, resolveu empreender um novo imposto: a derrama. Sua cobrança serviria para complementar os valores das dívidas que os mineradores acumulavam junto à Coroa. Sua arrecadação era feita pelo confisco de bens e propriedades que pudessem ser de interesse da Coroa.


Esse imposto era extremamente impopular, pois muitos colonos consideravam sua prática extremamente abusiva. Com isso, as elites intelectuais e econômicas da economia mineradora, influenciadas pelo iluminismo, começaram a se articular em oposição à dominação portuguesa. No ano de 1789, um grupo de poetas, profissionais liberais, mineradores e fazendeiros tramavam tomar controle de Minas Gerais. O plano seria colocado em prática em fevereiro de 1789, data marcada para a cobrança da derrama.


Aproveitando da agitação contra a cobrança do imposto, os inconfidentes contaram com a mobilização popular para alcançarem seus objetivos. Entre os inconfidentes estavam poetas como Claudio Manoel da Costa e Tomas Antonio Gonzaga; os padres Carlos Correia de Toledo, o coronel Joaquim Silvério dos Reis; e o alferes Tiradentes, um dos poucos participantes de origem popular dessa rebelião. Eles iriam proclamar a independência e a proclamação de uma república na região de Minas.


Com a aproximação da cobrança metropolitana, as reuniões e expectativas em torno da inconfidência tornavam-se cada vez mais intensas. Chegada a data da derrama, sua cobrança fora revogada pelas autoridades lusitanas. Nesse meio tempo, as autoridades metropolitanas estabeleceram um inquérito para apurar uma denúncia sobre a insurreição na região de Minas. Através da delação de Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou seus companheiros pelo perdão de suas dívidas, várias pessoas foram presas pelas autoridades de Portugal.
Tratando-se de um movimento composto por influentes integrantes das elites, alguns poucos denunciados foram condenados à prisão e ao degredo na África. O único a assumir as responsabilidades pela trama foi Tiradentes. Para reprimir outras possíveis revoltas, Portugal decretou o enforcamento e o esquartejamento do inconfidente de origem menos abastada. Seu corpo foi exposto nas vias que davam acesso a Minas Gerais. Era o fim da Inconfidência Mineira.


Mesmo tendo caráter separatista, os inconfidentes impunham limites ao seu projeto. Não pretendiam dar fim à escravidão africana e não possuíam algum tipo de ideal que lutasse pela independência da “nação brasileira”. Dessa forma, podemos ver que a inconfidência foi um movimento restrito e incapaz de articular algum tipo de mobilização que definitivamente desse fim à exploração colonial lusitana.

Assistam os vídeos aulas:




Vídeo 02:

quarta-feira, 26 de maio de 2010

HISTÓRIA SE CONTA ASSIM

Vídeo de apresentação do Prof. Hugo Leonardo

aproveitem o Blog

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A EXPANSÃO ISLÂMICA

Foi no tempo das lutas religiosas que apareceu, em Meca, Maomé, fundador da nova religião. Sob as influências diversas dos cristãos romanos e bizantinos, dos cristãos abissínios, dos masdeanos persas e dos israelitas, viviam então, na Arábia, tribos de semitas nômades e politeístas.
Os árabes, de etnia, lingua e tradições, não estavam localizados exclusivamente na Península da Arábia, mas se encontravam também em grande número nos domínios de Roma, da Pérsia, do Egito.Esse fato explica a rapidez que caracterizou as conquistas efetuadas pelos quatro primeiros califas, em seguida à morte de Maomé. Em 632, era ainda restrita a área do Islão em que o Profeta havia pregado; mas, conquistada a Península, a tomada de Madain (637) foi o sinal da derrocada do reino sassânida da Pérsia, consumada em Nehavend, em 643.
Os primeiros califas, amigos de Maomé, residiam na Arábia, em Medina; a dinastia Omíada, que lhes sucedeu em 660, passou a ocupar Damasco, na Síria. Mais políticos do que chefes religiosos, cogitaram de expansão e riqueza; por eles foi realmente criado o califado monárquico, hereditário e conquistador. A ocupação da África do Norte, Ifrikia e Magreb, foi obra deles na primeira metade do século VIII. Nestas conquistas, porém, os elementos não eram mais exclusivamente árabes, mas predominantemente berberes, já muito ligados aos árabes no Egito.
Ocupado o Magreb-al-Acsa ou "Extremo Ocidente", o chefe muçulmano Tarik aproveitou uma situação política confusa em Ceuta e atravessou o estreito que hoje conserva o seu nome (Djebel-al-Tarik) e iniciou a conquista da Espanha visigoda (711).O reino dos francos também chegou a ser invadido; as ilhas do Mediterrâneo Ocidental foram ocupadas. Em 732, porém, foram os invasores batidos em Poitiers, pelo avô de Carlos Magno, abandonando, em seguida, a Gália merovíngia.
Os muçulmanos (árabes-berberes) do Magreb-al-Acsa desempenharam um papel geográfico importante pela sua penetração no Centro da África. Atravessando o Saara e o Sudão, alcançaram a Nigéria e estabeleceram suas comunicações com o Mediterrâneo. Do lado da Ásia, isto é, a nordeste do Irã, foram mais difíceis e mais longas as conquistas muçulmanas; na Transoxiana (Amu-Dária) encontraram os árabes a resistência turca. Depois de 750, reinaram os abássidas, que estabeleceram em Bagdá a capital de seu reino.
Vejam o vídeo: